Rafael Palmieri
paisagens de si
invenção • escuta • arte • saúde
Musicoterapia
Minha prática em musicoterapia nasce do encontro entre escuta profunda, musicalidade clínica e o reconhecimento da música como via de expressão singular do ser. A cada sessão, a música não é apenas um recurso — ela é a própria linguagem da presença, um corpo sensível que pulsa junto com as histórias, memórias e silêncios de cada paciente.
Minha pesquisa é viva, atravessa os espaços da clínica, da criação e da escuta compartilhada. Estou em contínuo aprofundamento na abordagem musicocentrada, onde o centro da experiência desdobrada pela técnica, alcança a música em sua potência relacional. Essa perspectiva valoriza as musicalidades dos pacientes — seus ritmos internos, seus gestos sonoros, suas formas únicas de habitar o som — como caminhos de cuidado e transformação, como também a musicalidade e demandas da própria música.
Na escuta clínica, emergem o que venho chamando de paisagens sonoras de si: composições vivas, fluidas e não-lineares que se formam no encontro entre a subjetividade do paciente e a tessitura sonora que habitamos juntos. Ao mesmo tempo, essas paisagens são também paisagens de si, em que o som revela modos de ser, estar e transformar-se no mundo.
Meu compromisso é com uma prática sensível, ética e estética, onde a improvisação, o silêncio, o timbre, o gesto e a afinação da escuta criam territórios de cuidado. A musicalidade clínica, aqui, não é um atributo do terapeuta, mas um campo que se constrói no vínculo, nos atravessamentos e nas ressonâncias entre quem escuta e quem se deixa ser escutado.
